Copa de 1970: Quando o futebol virou poesia
Havia algo mágico no ar de 1970. O mundo respirava mudanças, mas o México, sob o sol escaldante de junho, parecia parar no tempo. Pela primeira vez, a Copa do Mundo seria transmitida em cores — e que cores! O verde dos gramados, o amarelo reluzente das camisas brasileiras, o azul celeste dos italianos. Tudo parecia saído de um sonho.
A Seleção Brasileira chegou ao torneio com a alma lavada depois da decepção de 1966. Mas o time era outro. Era Pelé, o Rei, em sua terceira Copa, rodeado por gênios: Tostão, Gérson, Jairzinho, Rivelino e Carlos Alberto. Era uma constelação em campo. E, pela primeira vez, a tecnologia permitia que o mundo inteiro visse, quase em tempo real, o balé que esses homens dançavam com a bola nos pés.
A crônica da Copa de 70 não é só feita de gols e taças. É feita de imagens que ficaram para sempre. Pelé tentando um gol do meio de campo contra a Tchecoslováquia. A cabeçada fulminante contra a Itália na final. O passe de gênio para Carlos Alberto Torres encerrar o jogo com um gol que parecia coreografado por Deus.
E Jairzinho, ah, Jairzinho... marcou em todos os jogos — um feito único até então. O Brasil não só venceu a Copa: encantou, desafiou a lógica, ensinou ao mundo que futebol é arte, e arte não se explica.
Naquele 21 de junho de 1970, quando o juiz apitou o fim do jogo no Estádio Azteca, o Brasil conquistava sua terceira estrela. Pelé saía nos ombros do mundo, como um herói grego. Era o único a ganhar três Copas, mas parecia pouco diante do que representava. Era mais do que um título: era a consagração da beleza no esporte.
Dizem que o futebol nunca mais foi o mesmo depois de 70. E talvez seja verdade. Porque naquele ano, a Seleção Brasileira não apenas ganhou — ela tocou a eternidade com os pés.
Ótima memória, não pode jamais ser esquecido, parabéns pela postagem.
ResponderExcluirTexto muito bem elaborado, que nos leva às emoções que vivemos naquele memorável 1970.
ResponderExcluirO Blog está cada vez melhor.
E bota emoção nisso! Naquela idade eu nunca tinha visto tanta gente nas ruas. Durante meses depois, nós ainda comemorávamos na escola, chutando qualquer latinha como se fosse a bola da copa.
Excluir